Coordenador da feira, desde 1998,
quando da realização da 12ª edição, Cleo Rockembach, destaca que a Fenasoja é
uma agência de desenvolvimento, e, a cada edição, por sua dinâmica, busca
evoluir, junto com as tendências de mercado, e, assim, suprir o que os
expositores e comunidade esperam dela.
Administrador de empresas e
pós-graduado em Marketing, ele lembra que, da 1ª edição, realizada em 1966 e
presidida por Willy Klaus, até a 8ª edição, a feira era promovida e organizada
pela prefeitura de Santa Rosa. Antes da realização da 9ª edição, em 1992,
presidida por Herberto Werner, o então prefeito Alcides Vicini, junto com
outros ex-presidentes, propôs a transformação da Fenasoja para uma entidade
jurídica, dando assim uma maior agilidade para a organização e realização
daquela edição e das próximas que vieram a ser realizadas.
Também, decidiu-se que, para não
haver concorrência entre Fenasoja e Fenamilho (de Santo Ângelo) as feiras não
ocorreriam mesmos anos, passando a ser intercaladas no calendário de eventos,
como forma de dar tranquilidade aos organizadores, patrocinadores e
expositores. "A partir da decisão tomada em 1991, numa iniciativa de Alcides
Vicini, e o então prefeito de Santo Ângelo, Valdir Andres, ficou acertado que a
Fenasoja seria realizada nos anos pares e a Fenamilho em anos ímpares", lembra
Cleo.
Sobre a organização, ele ainda
lembra que com o passar dos anos a Fenasoja foi - e vai "se adaptando à
evolução da economia, do mercado, da tecnologia, definindo segmentos ou ações a
serem exploradas como foco de cada edição. "Como foi o caso da 21ª Fenasoja,
onde se procurou dar ênfase à cadeia da soja", cita, ressaltando ainda que, a
cada edição, partindo dos Presidentes, foi se moldando a feira como uma
empresa, e sempre enfatizando o trabalho voluntário e a união como família.
Nesta caminhada exitosa da
Fenasoja, muitos desafios foram enfrentados, e vencidos deixando resultados
favoráveis e imprescindíveis, não só para a feira como também para a
comunidade. Sobre os desafios Cleo Rockembach lembra alguns: a área do Parque
que era bem menor que os 47 hectares atuais; do número de pavilhões
disponíveis; da estrutura destes; do acesso ao Parque (pois numa visão futura
foi construído numa área de mata virgem e agrícola, fora da cidade); das
comunicações que eram precárias (a espera por ligações telefônicas,
principalmente, que duravam horas, quando não dias para conseguir); dos
deslocamentos dos integrantes da Comissão Central para outras cidades (Porto
Alegre, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo entre outras) na busca de apoios e
convites a autoridades (viagens foram feitas de Kombi); da credibilidade do
evento (pelo trabalho voluntário de pessoas da comunidade, a Fenasoja foi sendo
conhecida e firmando posição como uma feira multissetorial). "A busca de
espaços para locação, por parte de novos expositores, aumenta a cada edição.
Podemos destacar que o problema de antes, como é o caso das comunicações,
principalmente, hoje é uma grande aliada, para divulgarmos através da internet
e redes sociais, para o mundo, a construção, formatação e programação de cada
edição da Fenasoja", destaca o coordenador.
Sobre uma feira profissionalizada,
ele aponta que isso foi assim desde a sua criação em 1966, pois as pessoas
convidadas a ocuparem cargos nas Comissões, são profissionais das áreas que
compõem a Comissão Central. "Podemos frisar que, a partir da 9ª
Fenasoja com a transformação da feira em entidade jurídica, as ações se tornaram
mais ágeis, pois dependiam praticamente das decisões dos integrantes da
Comissão Central, mas sem perder a voluntariedade das pessoas. Com a evolução e
o crescimento da Feira, a partir da 11ª Fenasoja a contratação de funcionários
se fez necessária, pois a continuidade dos trabalhos entre uma edição e outra
era necessária. O que foi um diferencial para o crescimento da Fenasoja, modelo
inclusive hoje copiado por outras feiras", ressalta Cleo Rockembach, citando
ainda o voluntariado como um dos principais ingredientes na receita de sucesso
da Fenasoja. "Sabemos que o voluntariado em nossa comunidade é latente, pois
com esta força e disponibilidade outros eventos, como Hortigranjeiros,
Indumóveis, Oktoberfest, Festa das Etnias, Musicanto, são realizados em Santa Rosa.
Na Fenasoja, em torno de 200 abnegados voluntários ajudam a construir e
realizar cada edição, deixando de, muitas vezes, atender compromissos
profissionais, familiares e de entretenimento, para cumprir os objetivos
traçados para o sucesso da edição onde está inserido".
Em 2018, a Fenasoja foca no
futuro. Novos desafios e projetos foram lançados, e estão a todo vapor. Em busca dessa evolução, a Fenasoja, realizou uma pesquisa
que com o resultado foram definidas novas diretrizes estratégicas para os próximos
50 anos. A essência continua sendo o vetor de
transformação regional, com projetos e parcerias com grandes eventos. Neste ano
a Fenasoja abraça o Musicanto, viabilizando um dos maiores festivais de música
da América Latina. A Fenasoja 2018 se consolida como uma das maiores feiras
multissetoriais do Estado. Segundo o presidente da Fenasoja Alexandre Maronez
diante da restrição de recursos públicos, é preciso se reinventar. "A feira
precisa ser independente. Queremos que o mercado deseje estar na Fenasoja, e
para isso a feira precisa ser atrativa, garantir retorno", diz Alexandre. A
feira quer transformar a região positivamente.