Estratégico para a
compreensão do cenário da atividade leiteira na região e no Estado, bem como
para a definição e execução de políticas públicas, o Relatório Socioeconômico
da Cadeia Produtiva do Leite, elaborado pela Emater/RS-Ascar, entidade
vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento
Rural (Seapdr), apresenta a conjuntura atual do setor no Estado. Para sua
elaboração, a região de Santa Rosa contribuiu com um levantamento realizado nos
45 municípios de abrangência regional da Emater/RS-Ascar, apontando resultados
semelhantes com os do Estado: redução significativa no número de produtores de
leite, estabilidade na produção e aumento da produtividade. As informações da
região foram apresentadas oficialmente nesta quarta-feira (10/11), no evento
Cadeia do Leite, promovido pela Fenasoja 2022, no Centro Cívico Cultural de
Santa Rosa.
Na
parte da manhã ocorreu o lançamento do tradicional Festival de Pratos Derivados
de Soja, que chega a sua 4ª edição e ocorre durante a próxima Fenasoja, em maio
de 2022. Durante a tarde, em parceria com a Emater/RS-Ascar, foi o momento de
focar no debate em torno da Cadeia do Leite. Para isso contou-se também com a
parceria da Celena Alimentos, CCGL, Cotrirosa, Coopermil e Unijuí.
Cenário
do Leite
No Estado, o número de produtores de leite
vinculados à indústria, tem reduzido significativamente nos últimos anos, passando
de 84.199 em 2015, no primeiro diagnóstico realizado, para 40.182 em 2021,
representando uma redução de 52,28%. Enquanto isso na região de Santa Rosa,
conforme explanado pelo gerente regional da Emater/RS-Ascar e presidente da
Comissão de Agricultura, Soja e Derivados da Fenasoja 2022, José Vanderlei
Waschburger, o número de agricultores que entregam o leite à indústria reduziu
de 14.871 em 2015 para 5.710, em 2021, representando uma diminuição de 62%. O
rebanho também reduziu 26% neste período.
Por outro lado, o volume
total de leite produzido teve variação pouco significativa, sendo que
atualmente são produzidos e comercializados em torno de 641.071.733 litros de
leite cru ao ano, comercializado para indústrias e agroindústrias elaborarem
seus produtos, apenas 1% a menos do que em 2015. Ao mesmo tempo, a
produtividade média por vaca/ano também ampliou, ou seja, os produtores que
permanecem na atividade investem mais em seu plantel, qualificando a oferta de
alimentação, ações de bem-estar animal, sanidade e facilidade do manejo. No
primeiro levantamento eram aproximadamente 3.214 litros/vaca/ano. Hoje a
produtividade está em 4.615 litros/vaca/ano, um aumento de 43%, representando
melhora no manejo e mais adoção do uso de tecnologias.
Além do leite comercializado
à indústria, o levantamento apontou ainda 321 agricultores que, com 1.184
vacas, vendem diretamente ao consumidor, 2,37 milhões de litros ao ano; 439
agricultores que processam de forma caseira e artesanal 4,31 milhões de
litros/ano de 1.691 vacas; 7.900 produtores, com 19,53 milhões de litros/ano
produzidos apenas para seu consumo próprio, oriundos de 13.782 vacas; e 314 produtores
que dão outros destinos aos 676,72 mil litros produzidos, de 1.589 vacas.
Os dados da Emater/RS-Ascar
apontam informações sobre formas de alimentação e nutrição dos animais; sistema
de produção; concentração de produção por propriedade; composição do rebanho;
sistema de ordenha; resfriamento e estrutura de apoio na região; dificuldades e
potencialidades citadas pelos produtores.
O gerente regional da
Emater/RS-Ascar José Vanderlei Waschburger avalia que o levantamento realizado a
cada dois anos pela Instituição contribui para subsidiar entidades públicas e
privadas na elaboração e desenvolvimento de políticas de apoio e de assistência
técnica, além de identificar demandas vindas do campo. ?Diante do expressivo
número de famílias que deixaram a atividade, a Assistência Técnica e Extensão
Rural volta a sua preocupação também a alternativas que estão sendo adotadas
por essas, nossa função é assessorá-las nos diferentes contextos?, afirma Waschburger.
O extensionista do
Escritório Regional da Emater/RS-Ascar, médico veterinário Jorge João Lunardi,
o estudo sobre a cadeia do leite, que envolvendo desde a produção até a
industrialização, é importante principalmente quando levamos em conta que é a
segunda atividade agrícola que mais gera renda na região, estando apenas atrás
da soja.
Os dados deste ano foram compilados em 2021
por extensionistas da Emater/RS-Ascar em parceria com prefeituras, Inspetorias
de Defesa Agropecuária, Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Conselhos
Municipais de Agricultura, associações e grupos de produtores e Indústrias,
agroindústrias, cooperativas e empresas de laticínios.
Perspectivas
do setor no país e no mundo
Na sequência, o público teve
a oportunidade de ouvir o palestrante Airton Spies, doutor em Economia dos
Recursos Naturais pela University Of Queensland, Austrália, e Mestre na área do
Leite na Lincoln University, da Nova Zelândia, que abordou o tema ?Perspectivas
e oportunidades para o Agronegócio brasileiro?.
A palestra foi transmitida
ao vivo e segue disponível nos canais da Emater/RS-Ascar no Facebook
(faceboook.com.br/ematerrs) e no Youtube
(https://www.youtube.com/watch?v=5QthQo3zQuk), e apresentou o cenário do
agronegócio, especialmente desafios e oportunidades de inserção da cadeia
leiteira brasileira no mercado mundial.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional Santa
Rosa
Jornalista Deise A. Froelich
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